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Rosas do Brasil

Porto Alegre: Instituto Estadual do Livro/Igel, 1985.


“O Instituto Estadual do Livro tem-se aventurado a lançar autores inéditos e outros ainda não consagrados em uma coleção de excelente qualidade gráfica e de conteúdo, a Nova Literatura. E acertou. As obras são boas. Mas certamente uma delas destaca-se. É Rosas do Brasil, de Sérgio Schaefer. O texto mescla ficção e ensaio de uma maneira original. Na verdade, trata-se de um trabalho de teoria literária aplicada. Apaixonado por Guimarães Rosa, Schaefer discute sua genial criação em mais de 500 páginas. Em um eixo, as personagens vivenciam a filosofia rosiana, colocam em prática o pensamento do grande mestre. No outro, em notas de rodapé, o autor trata diretamente de temas pertinentes ao mundo imaginário de Rosa.

Schaefer não só demonstra grande conhecimento do universo rosiano como consegue dar personalidade própria a suas criaturas e vida, com arrojo, a uma linguagem despojada e com vários neologismos. É o máximo da pós-modernidade, entretanto, onde um livro fala de outros o tempo inteiro. A auto-referencialidade literária converte plenamente a ficção em realidade, pois a loucura do professor que centra em si o drama é a incorporação da produção de Rosa e de sua própria trajetória. A existência não tem mais a substantividade do concreto, mas a materialidade do artefato imaginário, em que um ser inventado deseja ser outro ser inventado ou o mítico inventor. Schaefer está atrás de um elemento fictício, falando de ficção, tendo como utopia uma retomada de um escritor que revolucionou as representações ficcionais da realidade e reais da ficção. Sem dúvida, um texto divertido, delirante, instigante e capaz de manter a tensão que empurra o leitor até o fim.” JUREMIR MACHADO DA SILVA, escritor e crítico literário. (Zero Hora, Segundo Caderno, 11/11/1989, p. 9)




“Rosas do Brasil, de Sérgio Schaefer, é o livro cuja leitura impõe exigências, porque estiliza, numa perspectiva de encantamento, sem prejuízo da originalidade, os modernos processos de composição romanesca que vêm desde o aparecimento da obra de João Guimarães Rosa.



A exemplo do escritor mineiro, Schaefer cria uma história na qual a viagem empreendida pelos personagens é, também, um percurso da aventura humana. A originalidade dessa travessia, garantida em fontes intratextuais, confere ao livro não só uma estrutura e linguagem singulares, mas também a peregrinação por um roteiro extremamente original.” VOLNYR SANTOS, professor de Literatura Brasileira. (Blau - Revista Literária, nº 32, ano VII, fevereiro de 2001, p. 34)




“Rosas do Brasil é um monumento de experimentação lingüística ao parodiar – conseqüentemente – o estilo de Guimarães Rosa, fazendo um “arremedo agauchado” do Grande Sertão: Veredas. O enredo, de estrutura picaresca, é bem encadeado e narra as venturas e desventuras de Rodovaldo – o Riobaldo das rodovias –, professor de Literatura Brasileira que um dia descobre Guimarães Rosa e a ele se atira, mergulhando em sua obra.” MARCELO BACKES, jornalista e crítico literário. (Vox XXI, nº 22, ano 2, setembro de 2002, p.27)


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